Meu sangue pinga pelo apartamento
Tinge o piso todo de vermelho
Congelam-se meus movimentos
Em face do que vejo diante do espelho
Escrevo no papel na intenção de me libertar
Ouço risinhos e cochichos aos montes
Nesta terra quase ninguém sabe o seu lugar
E eu, mesmo sozinho, vou existir longe
Distingo os tipos de sorrisos
Reconheço centenas de Narcisos
O cruel destino da autoidolatria eterna
Os bajuladores estão sempre serenos
Se fodem, se beijam e trocam venenos
Bebem com o mesmo deleite o suco, a cerveja e o esperma