Nove vezes segunda
Digo e espero mudanças
A rua continua imunda
Eu sigo sem esperanças
O mundo vai mal
Tudo fica mais vexatório
Agonizamos até o final
em nossos próprios velórios
Nove vezes segunda
Repito sem qualquer apreço
Nunca sei o que dizer
A gente apenas se afunda
Isso não é o que eu mereço
Preciso me entender
Nove horas da segunda-feira
Esta especialmente feia e eu
Já sorvi minha quarta xícara de café
Minha alma aventureira devaneia
com a solidão que me permeia em outro continente
Um longo passeio a pé
Nove vezes segunda
Nada mais será como antes
Troque galhos, mantenha raízes
Um dia especial na Barra Funda
Passados e ontens tão distantes
Outra vez seremos felizes
E por nove vezes nesta manhã
Juro quase ter desistido sem tentar
Por nove vezes segurei minhas pontas
E mantive a cabeça no lugar
Tudo parece vil e infante
neste instante, porém,
Vou Além, pois sei,
A vida vai melhorar.